Os quatro citados, foram indiciados pelos crimes de furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa, no inquérito entre o clube e a casa de apostas Vai de Bet.

A Polícia Civil indiciou nesta quinta-feira (22), o presidente do Corinthians, Augusto Melo, e mais três pessoas, em São Paulo.
Os quatro citados, foram indiciados pelos crimes de furto, lavagem de dinheiro e associação criminosa, no inquérito que apura irregularidades no contrato entre o clube e a casa de apostas Vai de Bet.
Segundo a Polícia Civil, relatórios apontam que parte da comissão paga pela casa de apostas "Vai de Bet", em um contrato de patrocínio com o Corinthians, foi repassada para a empresa UJ Football Talent Intermediação Ltda.
Quem é a UJ Football Talent
Segundo a Polícia, a empresa UJ Football Talent é considerada um dos braços da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no mercado do futebol.
A UJ Football Talent é ligada a Danilo Lima de Oliveira, o "Tripa", integrante do PCC, segundo delação premiada que o ex-empresário Vinicius Gritzbach, morto a tiros em uma emboscada em novembro do ano passado, deu ao Ministério Público (MP). A defesa dele nega envolvimento de Danilo com o crime organizado.
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Vinicius Gritzbach, morto no dia 8 de novembro de 2024, no Aeroporto de Guarulhos (SP). FOTO: Divulgação/TV Record. |
Os relatórios da Polícia Civil foram divulgados primeiramente pelo jornal "O Estado de S. Paulo". Em nota, a A UJ Football Talent afirmou que "não possui qualquer ligação com organizações criminosas e não é investigada por envolvimento com o crime organizado". (leia mais abaixo)
Conforme a Polícia, além de Augusto, os indiciados são o ex-diretor administrativo do clube, Marcelo Mariano; o antigo superintendente de marketing corintiano, Sérgio Moura e Alex Cassundé - dono da empresa responsável pela intermediação do contrato com a VaideBet.
A investigação demonstrou que Alex Fernando André, vulgo Alex Cassundé, sócio da Rede Social Media Design foi incluído para possibilitar que recursos financeiros do Corinthians fossem ilegalmente desviados.
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Marcelo Mariano, Sérgio Moura e Alex Cassundé. FOTOS: Divulgação/Redes Sociais. |
A inclusão de Cassundé no contrato, se deu graças "à atuação orquestrada e criminosa de Augusto Pereira de Melo, Marcelo Mariano dos Santos e Sérgio Lara Muzel de Moura, dirigentes Corintianos que agiram em conluio - e meticulosamente - para afastar do negócio aqueles que realmente contribuíram para a sua existência", informou a Polícia.
Os indícios apontam também que Cassundé não intermediou nada, o que era de conhecimento de Augusto Melo, como dos demais dirigentes, os quais ainda assim, concorreram "dolosamente para que ele, de maneira indevida, figurasse, através de sua empresa, no correlato contrato milionário firmado com a empresa de apostas."
Conclusão da Polícia
De acordo com as investigações, o Corinthians “foi vítima de um complexo esquema de lavagem de dinheiro que lesou os cofres do clube”.

Para a Polícia, os envolvidos que deram causa ao desvio de dinheiro dos cofres do Sport Club Corinthians Paulista, se utilizaram das tradicionais estratégias de lavagem de dinheiro para, não só introduzir os valores no sistema financeiro e distanciar o capital ilícito da sua origem, visando, assim, evitar uma associação direta com a infração antecedente.
O que diz o Corinthians
Em nota, O Sport Club Corinthians Paulista informou que, até o momento, não há qualquer demonstração de autoria relacionada aos fatos mencionados e que o presidente do Clube reafirma seu total apoio às investigações em andamento, bem como a todas as iniciativas que visem apurar eventuais envolvimentos do crime organizado no futebol brasileiro.
O clube destacou ainda, que é vítima das circunstâncias investigadas e reforça que não possui controle sobre o que terceiros fazem com valores recebidos em decorrência de contratos firmados e que cumpre rigorosamente todas as suas obrigações legais e contratuais, prezando pela transparência e integridade em suas operações.
Fotos: Divulgação/Redes Sociais.