Sidney Oliveira e outras cinco pessoas, foram presas acusadas de participar do esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da SEFAZ.

O dono e fundador da Rede de farmácias Ultrafarma, Sidney Oliveira, de 71 anos, foi preso temporariamente na manhã desta terça-feira (12), em São Paulo.
De acordo com informações da Polícia Civil, a prisão faz parte de uma Operação do Ministério Público de São Paulo (MP-SP), para desarticular um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais tributários da Secretaria de Estado da Fazenda (SEFAZ).
Ainda segundo a Polícia, além de Sidney, outras cinco pessoas também foram presas, acusadas de participar do esquema.
Identidades dos presos
- Aparecido Sidney de Oliveira (Proprietário da Rede Ultrafarma);
- Artur Gomes da Silva Neto (auditor da Diretoria de Fiscalização "DIFIS" da Fazenda estadual paulista);
- Marcelo de Almeida Gouveia (auditor fiscal);
- Mario Otávio Gomes (diretor estatutário do grupo Fast Shop);
- Celso Éder Gonzaga de Araújo (dono da casa onde as esmeraldas foram apreendidas);
- Tatiane da Conceição Lopes (esposa de Celso).
Além dos mandados de prisão temporária, a Polícia também cumpriu 19 mandados de busca e apreensão em endereços residenciais dos alvos, nas sedes das empresas investigadas e também na casa de outros investigados.
Prisão
Conforme a Polícia, Sidney Oliveira foi preso em casa, uma chácara localizada em Santa Isabel, na Grande São Paulo. Procurada pela a nossa equipem de reportagem, nem a Acessória do Empresário nem os familiares, não quiseram falar sobre o corrido.
Já o executivo da "Fast Shop", Mário Otávio, foi preso em um apartamento, localizado na Zona Norte da Capital Paulista.
Em entrevista ao Portal G1, o advogado Fernando Capez, que defende o empresário Sidney Oliveira, disse que celebrou há alguns meses um Acordo de Não Persecução Penal (ANPP) com o Ministério Público de SP, em que seu cliente reconheceu irregularidades tributárias.
Fernando Capez disse ainda que o acordo foi homologado pela Justiça, e os valores devidos foram parcelados e estão sendo pagos. Em relação à operação desta terça-feira (12), o advogado afirmou que ainda está se inteirando dos motivos que levaram a Justiça a decretar a prisão de seu cliente.
Já a Fast Shop, informou que "ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação, e está colaborando com o fornecimento de informações às autoridades competentes".
Segundo a investigação, Artur é um auditor fiscal estadual de alto escalão e era o "cérebro" de um esquema de fraudes em créditos tributários que teria arrecadado cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021.
Conforme a Justiça, Artur coletava a documentação necessária da Fast Shop e da Ultrafarma para pedir o ressarcimento de créditos de ICMS junto à Secretaria da Fazenda. Toda empresa contribuinte varejista tem direito ao ressarcimento, porém o procedimento é complexo, segundo os promotores, por isso Artur facilitava esse processo por meio de propinas.
Além de acompanhar o processo, o próprio auditor aprovava os pedidos e garantia que não seriam revisados internamente. Em alguns casos, liberavam valores superiores aos que as empresas tinham direito e em prazos mais curtos.
Em nota, a Secretaria de Estado da Fazenda informou que acabou "de instaurar processo administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido" e que solicitou formalmente ao Ministério Púbico (MP) compartilhamento das informações.
O auditor Artur fiscal tinha um parceiro, responsável por lavar o dinheiro, que também é alvo da investigação. Ele foi identificado como Celso Éder Gonzaga de Araújo.
Na residência dele, em Alphaville, bairro nobre da Grande São Paulo, foram encontrados dois pacotes com esmeraldas, R$ 1 milhão e US$ 10 mil (cerca de R$ 54.200), além de 600 euros, dentro de um cofre.
Segundo os promotores, Celso Éder não é servidor público e também já foi processado pelo crime de estelionato no Mato Grosso do Sul. A Justiça decretou a prisão dele e da esposa, Tatiane da Conceição Lopes.
Como era o esquema
De acordo com a investigação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão aos Delitos Econômicos (GEDEC), o auditor preso manipulava processos administrativos para facilitar a quitação de créditos tributários às empresas.
![]() |
Parte do dinheiro apreendido pela Polícia durante a Operação. FOTO: Divulgação/Polícia Civil. |
Em contrapartida, ele recebia pagamentos mensais de propina por meio de uma empresa registrada em nome de sua mãe. Se julgados, os presos podem ser indiciados por lavagem de dinheiro e associação criminosa. O caso segue sendo investigado pela Polícia.
Fotos: Divulgação/Polícia Civil.
Fotos: Divulgação/Polícia Civil.
Tags
POLÍCIA